quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O teu rosto em mim


O teu rosto é tudo o que tenho
nesta manhã cinzenta de chuva.
O teu rosto, que atravessou toda esta noite,
as estrelas e a lua
e que fica em mim, de tarde,
pela tarde,
até chegar outra noite e
mais uma manhã...
Há a ausência. O vazio. A lembrança
e o desejo de voltar a sentir
tudo o que de bom já vivemos juntos.
O meu peito reduz-se a nada,
porque não estás ao meu lado agora.
Neste momento não sou nada...
Não ouço palavras,
mas vejo os teus lábios
e sonho com a ternura e o amor que queria que dissesses.
Não sinto os teus dedos - pétalas,
mas este arrepio frio de não te sentir.
Tocam-me as horas que passam
e me acompanham,
manhãs, tardes e noites a fio,
os instantes em que te espero
e a esperança de te ver chegar.
Mas tu não chegas...
Parece que nunca chegas, quando o meu amor
mais precisa de ti.
A tristeza reflecte-se no meu rosto-
sei que não te agrada...
Luto, mas não sou capaz.
Ela toma conta de mim.
Ando perdida no que sou
e hoje? o que serei eu afinal?
Este amor é tudo o que existe-
é um tesouro. E é teu!
Mas o tempo não pára...
e tu, onde estás?
Perde-se no espaço, instantes deste amor
que não tem sentido quando não estás.
Paro.
Há o teu rosto. O cabelo. Os olhos.
Estás em mim, ainda que não o saibas.
A ansiedade de te ver chegar,
dá-me força para mais um dia sem ti...
outra tarde...talvez outra noite...outra manhã.
Vales mais que o sol a romper manhãs
e a água fresca, corrente nas veias de um rio;
Vales mais que as estrelas do universo;
Que a música de mil violinos...
Vales mais que todos estes momentos,
em que sozinha, espero por ti.
Vales tudo para mim!


PatríciaR (19 Dezembro 07)

...

A paixão que não sentes,
vive em mim, de forma tão quente
que me espanta.
Assim como me espanto
quando me dói, e tolero.
Quando quero gritar, e calo.
Quando te quero amar,
e rejeitada, viro-me e tento adormecer...
Quando o teu atraso me desespera,
e sorrio quando te vejo chegar.
Espanta-me o que sinto
e porque o sinto.
Vivo em sobressaltos de amor e desilusão,
porque ora estou no topo de mundo,
ora este me esmaga e me destrói aos poucos.
A dor que sinto, queima,
Mas não me desarma!
Não desisto, porque a benção do amor que sinto
É maior!...
... Tão maior!


PatríciaR (Novembro 07)

A espera

A tua ausência dói-me.
Uma dor que não fala,
mas que cresce com o escurecer do dia.
Espero.
Passa e corta-me como lâminas,
O tempo, que já não volta.
Quem dera não perder tantos momentos.
Estes momentos,
Em que tu, és simplesmente tu
E eu... não sei bem o que sou...
Ouço-me no silêncio, mas não me quero ouvir!
Temo a verdade do que sinto
E recuso esta condição.
Se sonho em ser livre,
Porque não penso agora em outra coisa
senão ser tua?...
Ou sentir-me tua?...
A noite vai descendo,
muda e calma
e eu... sufocando em mais um dia vão.
Sinto a tua distância
E a dôr de ser quase esquecida.
Dói outra vez.
Procurarei da vida, mais do que ela me pode dar?
Para quê seguir o amor, quando ele me mente?
Serei eterna sonhadora
deste castelo que se desmorona,
só com a brisa... com um leve vento...
Mas em cada momento,
Farei de tudo para Sentir -
Para me sentir!
e hoje meu bem...
Não me sinto...



PatríciaR (27Outubro 07)