domingo, 10 de junho de 2007
A noite que me engana
A noite chega e escurece.
O negro que já existia, escurece mais.
Dentro de mim crescem palavras
escritas em ápices de dialectos ímpossiveis.
Palavras que me tocam os lábios...
e os meus lábios, querem só tocar-te!
A tua pele, os fios do teu cabelo, a tua boca
-passam por mim como o tempo,
que arrasa e nos separa.
Somos sombras que se cruzam,
mas não se tocam, não se têm, não se fudem...
Consome-me a ausência do que imagino,
na certeza que numa noite virás até mim.
Entrego-me a este castelo encantado
e noite engana-me outra vez!
Ouço o silêncio negro,
que me aconchega e me desespera...
Aninho-me neste lugar,
onde os nossos olhares perdidos se cruzam.
Lá fora o medo e o desejo...
Um céu aberto de estrelas, onde mergulho para te encontrar.
Até ao Amanhecer...
Vagueio na sombra de te encontrar.
Sei que te quero... Não sei bem se quero.
Mas sinto-te e desejo ver-te.
Na noite que nos une,
reluz o brilho que nos separa,
mas fascina.
Na pele quero o teu cheiro
e os beijos que lhe dás, são meus por momentos
como o vento que passa e gela,
o sorriso de um pequeno demónio!
Deito-me com o meu corpo derrotado,
mas anseio pelo peso do teu...
ou antes pelo teu toque,
ou pela tua mão...
ou pelo teu olhar...
Nesta dança de corpos desnudos e descartáveis
- "Somos Pessoas"!!!
Páro. Escuto o silêncio.
E volto a sentir o sorriso dele. Sorrio!
Tenho tanta pena de perder instantes deste eclipse...
Mas entre nós, o tempo é outra coisa
e enquanto o teu grito pulsar no meu peito,
Quero-te Até Ao Amanhecer!
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